Thursday, December 30, 2010

Washing up

Traduzindo para um português bem claro, washing up é um tipo de lava louças, que as pessoas que usam, adicionam água a gosto. Lava louças já vem com água gratuitamente colocada pelo fabricante. Pra lavar um prato engordurado, é necessário usar um monte dos "maravilhosos" produtos brasileiros. Washing up, apenas umas gotas, acabam com toda a gordura do sugismundo prato. Aqui, se o washing up tá terminando, costumo por um pouco de água na coisa, e assim que der, compro outro, não custa caro. Sou um lavador de pratos com alguma experiência, já fui bi ex-marido. As princesas, depois dos jantares de sábado, precisavam descansar nos domingos de manhã, eu lavava todas as coisas pra nao estressar ninguém aos domingos. Morei algum tempo sozinho, e agora desfruto do fantástico privilégio de novo. Lavar pratos com sabão em barra, ou lava louças brasileiro, ninguém merece.

Wednesday, December 29, 2010

O canal cinco

Resolvi escrever sobre a televisão londonense ontem, falei da BBC1, BBC2, ITV, Canal 4, neguei o canal Five, e paguei caro. Nós, os londrianos, temos cinco canais abertos para assistir. O canal 5 é o que menos tempo aguento ver. Depois que meus óculos ficam fracos por assistir alguns filmes, ou fazer coisas que me interessam mais, vou pra cama tentar dormir. Tenho uma televisãozinha no quarto que uso como sonífero. Nem sempre, as vezes ligo. Ontem dei uma olhada, o Five tava como o melhor programa, "Os 60 melhores comerciais de natal veiculados por todo o sempre". Me ganhou, eu tava com sono, mas adorei a ideia, lá pelo numero 40 estava o comercial do Genius, seguido pelo da Lego, do Autorama, fiquei vendo, com atenção, interesse, e com uma enorme vontade de dormir. Foi só pra me castigar, os dez melhores comerciais eram dos maiores anunciantes do canal, me odiei. O canal Five, tem os piores programas já produzidos, os filmes são de chorar na esquina, e eu ainda cai no conto dos caras. A programação é péssima, só vou assistir de novo o Five, quando tiver passando um filme(VT baratinho) pra eu pegar no sono.

Monday, December 27, 2010

Meus gostos

Televisão parece ser uma coisa viciante, sempre assisti com medo de ficar dependente, portanto vejo pouco. As diferenças, são muito grandes entre os programas da televisão brasileira e a inglesa. Como os canais da BBC são subsidiados pela TV licence (taxa de licença para assistir Televisão) os canais tem um espírito meio parecido com as TVEs, com muito mais dinheiro. Produzem documentários maravilhosos, intercalados por porcarias de programas que a população inglesa adora, culinários, perguntas sobre cultura inútil, ou como reformar a sua maloca sem gastar muito dinheiro, e tudo sem os maravilhosos comerciais, pra dar uma folga pros telespectadores. Os outros dois canais abertos que não tem a moleza do subsídio ridiculamente imposto aos eternos pobres súditos, ITV 3 e o canal 4, trabalham duro pra conseguirem sobreviver. Enchem a programação com comerciais que dificilmente a produção e o dinheiro gasto "salvariam" algum. Os comerciais tem quase na totalidade uma ideia, e ideia boa, afinal os publicitários daqui ganham os salários pra pensar, parece que os brasileiros, quando estão com preguiça, colocam a culpa na verba que o cliente destinou, por isso o comercial ficaria mais ou menos. Eu assisto comerciais brasileiros pela internet, já fiz parte dessa turma, por isso penso assim. Os programetes sobre o clima são engraçados, os apresentadores quase sempre entram no ar pedindo desculpas pelas más noticias que darão, muito frio e sem o sol mostrar seu semblante por um bom tempo. Meu programa de notícias preferido é o ITV news, Julie Etchingham fala como os sons dos cristais, entendo tudo, ela fala todas as consoantes e vogais, diferente de muitos ingleses engulidores de silabas inteiras. Mark Austin sempre acompanha a inglesuda no programa, nada contra ele, mas gosto mais do sotaque, e do penteado da Julie.

Saturday, December 25, 2010

Boxing day

A tradição do feriado nasceu na idade média. Tem nada a ver com a luta, e tudo a ver com caixa. Boxing day, é o próximo dia de semana depois do dia 25 de dezembro que virou um tradicional feriado. Os ricos, depois das comemorações natalinas nos dias oficiais, colocavam em caixas de madeira, ou de barro, presentinhos ou algum dinheiro para os pobres, que eram distribuidos pelo "bom senso" dos responsáveis pelos templos religiosos. O feriado, tradicionalmente também, é usado para visitar parentes, comida especial, e passeios em parques com a família. Os meninos britânicos, diz a história, tinham a obrigação de matar passarinhos em homenagem a Saint Stephan, que pensavam ter sido o primeiro homem a ser apedrejado, pelos romanos, por acreditar na filosofia cristã. Então, as crianças tinham o dever divino de matar a pedradas passarinhos, com a crença de estarem homenageando o tal mártir. Cometendo o pecado da generalizacao: Os europeus, só usam talheres por vergonha da condicao medieval que ainda prepondera na genética dos seres do ridículo primeiro mundo.


Thursday, December 23, 2010

Pena dos perus

Todos os anos respondo várias vezes a mesma pergunta: No natal, os brasileiros tem algum prato especial, ou tradicional? Eu, com minha paciência quase terminando, respondo que as coisas são muito parecidas, os brasileiros, em geral, enchem as mesas com castanhas, passas, nozes, ameixas, cerejas, damascos, nuts em geral, e um assassinado peru no centro da coisa. Pra deixar a conversa menos chata, digo que nós colocamos pedaços de algodão nas árvores de natal, pra simbolizar a neve, e que incrívelmente, pessoas se vestem de papai noel, com pesadas roupas vermelhas e barbas falsas, mesmo num calor insuportável, pra ganhar uns dinheiros extras. Hoje, tive uma grande ideia, amanhã natal, tentarei fazer uns pimentões recheados de um restaurante Húngaro que parece ainda existir, em Portão, perto de Porto Alegre. Se der certo, aliviarei minhas saudades daqueles tempos, e farei algo interessante no dia tão especial. Ano que vem, quem me perguntar sobre as mesmas catolicices, mandarei comprar uma enciclopédia, e parar de fazer perguntas óbvias.

Tuesday, December 21, 2010

Londrinices

Acho completamente interessante como nós, seres humanos, nos sentimos únicos, com sentimentos e coisas novas pra tentar passar para os outros, mesmo elas sendo batidinhas de velhas, chatinhos quase todos somos. Tenho uma sorte enorme, vivo numa terra de gente que não dá a mínima atenção para as histórias da cidade que nasceram, mais ainda que poucos brasileiros se interessaram pelas coisas de Londres. Lá no google, apareceram outras novas Londrices, achei lindas. Lendo as coisas, fiquei todo orgulhoso das minhas Londrices e do nome que dei pra elas, faz um bom tempo. Pra quem quiser seguir o caminho das Londrinices que escrevo, darei as dicas pra poder me aposentar: Vê uma coisa, pergunta, pesquisa, depois escreve sobre. Se ficar grande, muito longo o texto, corta tudo o que der. Talvez, alguém leia a coisa até o final.

Sunday, December 19, 2010

Conhecidos problemas

Faz uns anos, fui convidado pra passar um natal na Suiça, e ir de carro. Topei na hora, atravessar a França, Bélgica, Luxemburgo e Alemanha de carro nunca tinha pensado, parecia um sonho que eu nem tinha sonhado. Sair de Londres e andar pelo Eurotunel, jantar na Bélgica, e depois de horas de viagem, ficar perdido no sul da Alemanha, não tem como narrar a experiência. Os alemães que ainda estavam acordados, foram todos esforçados, mas nem eu, nem minha rabugenta amiga entendiamos uma palavrinha sequer do que eles diziam. Fomos sem GPS e a minha amiga tava na TPM, me restou manter a calma e pensar. Num hotel, me disseram onde estávamos e o que deveríamos fazer pra chegar no nosso destino. Eu, já arrependido de ter topado a viagem que nem tinha sonhado, começou a "nevar de baldes". Eu que só pensava, pensei: A rabugenta vai ter outro ataque, mas não. Ela deveria ainda estar pensando em comprar uma duzia de GPSs e nem percebeu o novo problema. Naquela parte da Europa neva e neva muito, então eles são obrigados a ter uma estrutura para que a vida continue, mesmo com a presença da neve. Máquinas especiais de limpeza de estradas, ruas e calçadas. Em Londres neva bem menos, mas quando neva um pouquinho a mais do que o usual, a cidade para. Trens nao andam, trânsito menos, e todos os aeroportos fecham, como agora. Heathrow, um dos mais movimentados do mundo, está fechado faz dois dias, e nem nevou tanto assim.

Friday, December 10, 2010

Fumacinhas

Eu não gosto de suco de maçã, comida apimentada, e menos ainda dos alarmes detectores de fumaça. Suco de maçã, tá sempre presente nas combinações de sabores de outros sucos, umas até engraçadas. Maçã, Kiwi, e cenoura, não parecem ter algo em comum, cenoura nem fruta é. Pimenta, quem aprecia a coisa, poderia colocar no seu prato, aqui não existe essa forma democrática de pensar. Vivemos numa monarquia, e o povo (eu) não tem o direito de comer seu prato sem a frutinha que rouba o paladar dos não adeptos. Um dia, a democracia chegará nessa terra, pelo menos na comida dos estrangeiros. O trauma dos incêndios frequentes, decretaram que um aparelhinho fizesse parte das nossas vidas. Quando fui apresentado a ele, nem dei muita atenção, agora odeio a coisa. As vezes, to eu lá na cozinha, concentrado, tentando diminuir as saudades que tenho das comidinhas sem pimenta, e a engenhoca me assusta, saio correndo, tiro a camisa, mando um vento pro infeliz, e só então ele para de apitar. Não desligo, ou tiro a bateria pra não ser um mau cidadão. As casas são geminadas, uma pegando fogo, as outras pegariam também.

Thursday, December 09, 2010

Antigas paixões

Minha paixão por carros, talvez tenha começado, quando brincava de "escorregador" nos paralamas dianteiros de um pretinho Citroën que estava sempre estacionado na frente da casa do meu avô. Anos mais tarde, pude comprar os meus próprios escorregadores, tive três antigos Citroëns. Comprar pecinhas novas em Buenos Aires, ou enferrujadas no interior do RS, pra mim era uma diversão. Uma vez, convidei meu pai pra fazer uma indiada, eu tinha comprado um motor, e um monte de pedaços a uns 500kms de Porto Alegre. Ele topou, o cara sempre foi meu parceiro, a ida foi uma maravilha, depois que colocaram minhas comprinhas no porta malas, o carro ficou muito pesado. Já era noite, eu desviando dos buracos da estrada toda cheia deles, e então comecei a gargalhar, meu pai já cansado me perguntou: Do que tu tá rindo guri? Eu disse: Tu já te deste conta que o estepe esta embaixo de um motor, e de toda uma suspensão dianteira de um Citroën lá no porta malas? Ele me olhou revoltado e disse: tu é louco e eu um burro em te acompanhar, para essa coisa que eu vou a pé pra casa. Deixei ele andar uns metros, respirar liberdade, depois continuei dando uma carona pra ele até Poa. Paramos pra jantar, e rimos muito da situação que estávamos. Chegamos, sem precisar trocar nenhum pneu. Minha vinda pra Londres, foi como um renascimento, tive que me realfabetizar, esquecer meus antigos gostos e hobbies brasileiros. Os carros aqui, são ridiculamente baratos pra serem comprados, quase qualquer marca ou ano, mas a incomodação que significa ser proprietário de um, aniquilou com a minha antiga mania de brincar de Autorama. Se a polícia pegar o motorista sem seguro total, revisão anual (MOT), permissão pra estacionar na frente da própria casa, e imposto anual, a criatura vai ter grandes problemas. Como não existe como estacionar em lugar nenhum de Londres, sem o carro ter grandes chances de ser multado ou guinchado, resolvi gostar muito da ideia de ter uma bicicleta.



Sunday, December 05, 2010

Cyclescheme

Volta e meia os english tem umas ideias que fazem cair a minha derrière. Percebo eles ainda com uma forte herança genética viking, e seguidamente me surpreendem. Em vez de dificultar ainda mais a vida dos proprietários de carros, alargar ruas, melhorar o transporte coletivo, coisas que não tenho a menor ideia como fariam, acharam uma alternativa. Criaram uma maneira dos trabalhadores comprarem bicicletas, quem não comprou uma ainda, seria um burro de carteirinha. As bicicletas, pelo esquema, são vendidas sem nenhum imposto, e parceladas em 18 vezes. Eu comprei uma elétrica, toda moderna, mas o bicho vai ficar parado dentro de casa enquanto o frio durar. Eu sou louco, meus terapeutas sempre me deram alta por ingenuidade deles, e andar de bicicleta na neve, nunca foi a minha praia.

Redsand fort

Os nazistas, no começo da guerra, encheram a ligação do rio Tâmisa com o mar do norte com as, na época, desconhecidas minas de acionamento por presença magnética. Afundaram mais de cem navios. O transporte naval para a ilha britânica estava impossibilitado, e o objetivo militar alcançado. A solução encontrada, foi a construção de três "esquisitos" fortes no estuário do Tâmisa, com estrutura de concreto e fora dos canais náuticos. Cada um, era formado por sete torres interligadas por passarelas, abrigavam uns 250 meninos, e muitas armas anti-aéreas. Possibilitaram o importante transporte marítimo de novo, abateram montanhas de nazi-aviões, e interceptaram mais de 30 bombas V2, antes de explodirem em Londres. Já vi algumas V2 em museus, são uns foquetoes enormes, e pra sorte dos ingleses, não faziam curvas, pra chegar em Londres passariam perto dos fortes criados pelo engenheiro Guy Maunsell. O Redsand, é o forte que tem ainda condições de restauração, e vai virar um museu completamente interessante, aposto.

Thursday, December 02, 2010

Obviedades

Quando conheci o adido cultural da embaixada brasileira na United Kingdom em Londres, responsabilizei ele pela imagem negativa que o Brasil passa pra Europa. Ele, me acalmando, disse que a imprensa é livre, e deveria ser sempre, nada ele poderia fazer. As matérias sobre o Brasil que circulam aqui, seriam as que vendem mais jornais ou afins. As favelas cariocas, enquanto eram totalmente administradas pela vergonha de um país, sem uma polícia decente, eram notícias importantes, não li nada nos últimos dias. Reviro o jornal the Guardian diariamente (os outros não merecem respeito) e não acho uma linha sequer sobre a iniciativa (pré olímpica) de colocarem alguma ordem nos morros dos crimes impunes, ou comuns. Me senti menos orgulhoso de ser brasileiro, quando vi um helicóptero poder colocar a bandeira do Brasil num morro desses, depois de uma guerrilha, como se fosse uma conquista muito importante. Como um país pode ser soberano e forte, se não pode policiar uns morros do Rio de Janeiro. Os militares estão ajudando, fiquei feliz por eles, antes agora do que nunca.