Monday, June 27, 2011

Mimica & Mumuca

Ontem e hoje foi o nosso verão. Temperaturas ao redor dos 30 graus centígrados(eles usam a tabela Fahrenheit e a fórmula de Bhaskara só pra me irritar, nunca entendi para que serveriam, alguém poderia me explicar?) Curiosamente, não vi a minha mosca de estimação, ela sempre vem quando está quente, talvez ela esteja trancada num trem, as minhas janelas ficarão abertas, just in case. Quando faz algum calor, os trens empacam nos trilhos, como tudo que só está preparado para enfrentar o frio, vem um calor e tudo fica meio perto do caos. As saudades do verão quando estamos no inverno, é a maneira mais simplista de identificar a nossa infelicidade. Nada seria mais confortável do que suar copiosamente ao lado de quem gostamos, ou congelar perto da mesma criatura. O nome da minha mosca é Mumuca. Foi o mesmo nome que dei para uma formiga de uma história que inventei pra contar pra minha filha, a Mumuca era uma formiga tri esperta, que agora virou uma mosca. A tadinha da Mimica era meio retardada, tem uns especimes assim, dizem. Eu virei um papi moscão, que morre de saudades da unica real princesa que tive a honra de um dia, ter sido apresentado.

Saturday, June 25, 2011

Pó de tijolo

Fico bem contente comigo, quando possibilito que alguns resgates aconteçam. O campeonato tenista de Wimbledon, está me lembrando do "repasse de responsabilidades" que perdi quando Senna atravessou aquele sinal vermelho, naquela maldita curva Tamburelo. O cara era o cara, quando ele ganhava uma corrida, parava pra "roubar" uma bandeirinha do Brasil, e dar uma volta de alegria para o povo que já estava cansado de ganhar só no futebol, sempre no futebol. Eu era um trintão, vida meio normal, precisava de alguma mágica. O Ayrton tinha a mágica, quando ele não ganhava alguma corrida eu colocava a culpa nele por eu ser uma criatura normalzinha. O Tennis, foi o único esporte que consegui tentar levar a sério, por anos me vi uma pessoa muito feliz por estar suada. Agora que já passei da fase do suor esperançoso, cheguei na das coisas que me lembram das meias cheias de saibro. Torço pra Sharapova, porque ela é uma tenista muito boa, e também pro Tsonga. O Tsonga tem carisma, mesmo com pinta de lutador de box ele voa, como o Ayrton voava, pra pegar uma simples bola pra fazer um ponto que talvez nem tenha tanta importância no set. Nadal, sempre parece estar prontinho pra tentar enfiar umas espadas num touro, bem diferente da imagem que tenho do Guga, um cara simples e também talentoso, como o francês Tsonga. Na minha verdade, as pessoas torcem para os conterrâneos, para tentarem sentir alguma superioridade, se o atleta venceu, seria simplesmente porque nasceu sob o mesmo sol que nós. Eu to me sentindo meio francês e meio russo agora, sei que será apenas por uns dias, mas vou aproveitar.

Friday, June 17, 2011

Photographia

Olhando uma foto da prefeitura "velha" de Porto Alegre, me dei conta de umas coisas. Todos os psicoterapeutas, que contribuíram para o meu "autoconhecimento", diriam em coro: parabéns Rogério! tiveste um excelente "insight" (caiu a ficha, tava mais do que na hora...) muito proveitoso para o teu amadurecimento, infelizmente nosso tempo terminou, até a próxima vez. O P&B da foto, mostrou claramente minha falta de paciência com o moderno. Não estou querendo dizer com isso que a "prefeitura nova" de Porto Alegre esteja num prédio moderno, ele é apenas feio e vergonhoso, na minha psicótica opinião. Prefeitura, pra mim, seria onde o prefeito trabalha, e no caso de Porto Alegre o prefeito tem o gabinete no Paço municipal. Um prédio lindão, construído entre 1897 e 1901, por acaso situado na frente da praça Montevideu, com pombas londrinas, e tem inclusive porões misteriosos. Porque não chamar a "prefeitura nova" de anexo, prédio B, patinho feio, torre C, qualquer coisa, menos prefeitura nova, seria pedir de mais? O que me interessaria na verdade, seria saber como vivem ou viveram as pessoas que circulavam pelo ostentoso prédio da fotografia. Aposto que juravam ser os mais modernos, e que o mundo duraria apenas enquanto eles fizessem parte dele, como nós, os atuais modernos desavisados.

Friday, June 10, 2011

Daqui ou dali

Muito procurei por mim em Londres, a solitude foi sempre importante na busca inútil. A distância das referências, foi fundamental para eu continuar minha caminhada. Uns maravilhosos desenhos vistos, apenas me deram a certeza de quem eu não seria, ou onde nem deveria estar. Queria muito me achar em algum, que me desse pelo menos alguma pista, nenhum deu. Continuo rabiscando, sem talento algum, uma pequena ideia de quem seria o tal do perdido eu.

Saturday, June 04, 2011

Coitados

Mesmo não tendo muita paciência, minha mãe dá uma lida rápida nas coisas que escrevo. Meses atrás, deu uma passada com os bólidos olhos, e me avisou pra eu ter mais cuidado com os assuntos, ou opiniões. Vai que o Papai Noel leia, faça uma fofoca para o Coelhinho, os dois me alcaguetem pra Scotland Yard, e eu seja deportado. Acho que na verdade, ela tem um baita medão que eu peça exílio político na casa dela, levar nescauzinho na cama para um xaropão, não deve ser coisa legal de se fazer. Como sempre fui um filho comportado, lembrei de falar das festas inglesas que são sempre muito esclarecedoras e divertidas. Pra iniciar, abraços não existem. Os apertos de mão são frios, impingidos, de um empedernimento e de uma leveza profundamente poéticos. As conversas são realizadas sem compromisso algum, tanto que se alguém se ausentar, não faria diferença nas causas e efeitos dos papos cabeça. Nas festas natalinas, os estilosos pratos, tem sempre um crackers colocado em cima. Depois que cada "trogo" puxa um lado do treco, um barulhinho acontece, e algum fica feliz por "ter vencido", se ficar com a parte maior da coisa. Depois, todos colocam chapeuzinhos dourados, se fazendo de reizinhos, enchem a cara, e tentam chegar na casa deles. Já participei de várias festas de aniversário também, sempre tentei conversar com alguém, nunca pensei em usar um chapeuzinho de palhaço, ou assoprar uma "língua de sogra". Se me deportarem, acho que estaria em boa hora. Não sei se ainda existe o Toddy, eu preferia.