Brioches

Nascer numa familia que luta para ter o que comer, deve ser muito mais fácil do que nascer em outra, que tem a "obrigação divina" de se preocupar com a vida dos seres comunzinhos.

Os modernos

Nunca fiz parte de nenhuma tribo, não seria agora na "melhor idade"(quem foi o crânio que criou a expressão, e para qual anunciante?) que eu faria parte de alguma, ou me deixaria cativar por regras estabelecidas por alguém ou alguns. Sou apenas careca e colorado. Careca porque meu cabelo caiu, e colorado porque tive a sorte de nascer sem problemas de autoestima. Faz parte das pessoas modernas não registrarem claramente o que pensam. As coisas são o que são, pela simples obviedade de fazerem sentido pra elas. Os vegetarianos, seriam seres "especiais", porque não comem restos mortais de animais assassinados. Essa benevolência concedida, não daria direito aos vegetarianos de maltratarem seres humanos, apenas porque eles seriam meio bonzinhos. Qualquer psicolouco resolveria esta encrenca em minutos. Com os vegans, o furo é bem mais embaixo. Os vegans não comem absolutamente nada que venha dos animais, e menos ainda os próprios. A filosofia eu entendo, e até poderia assimilar, mas sendo uma coisa de tribos, to fora. Viver, no geral, já não é tarefa fácil, os vegans querem viver no mundo das privações, qual seria a ideia? Não bastaria um boicote aos produtos fabricados na China? eu não compro mais nada made in China. No mundinho que vivo, ninguém espanca as vacas para darem leite, e tampouco torturam galinhas para que elas ponham ovos. A filosofia vegan, esta se tornando um partido político na Inglaterra. Futuramente terá um presidente, que poderá ser flagrado saboreando um sorvete caseiro de baunilha. Acabará sendo assassinado, ou apodrecendo numa solitária, sonhando com um pecaminoso quindim, ou com um X-egg, sem ovo, mas repleto do mais inocente maquiavélico queijo.

Aulas perdidas

Ainda tenho dúvidas de que a Terra seja redonda, hoje ouvi mais um indício favorável à antiga teoria oficial, contudo. Por eu ser bastante ignorante, gosto muito de ouvir a rádio BBC 4, tenho aprendido muito com os programas, opiniões,e entrevistas. Hoje, apenas hoje, a coisa estava girando em torno do umbigo dos habitantes do USA, pois o cacique deles estava em Londres. Provavelmente, depois de alguns importantes chás com a importante Rainha, o chefe dos caras pálidas foi estreitar afinidades com o ( Babyloide) primeiro-ministro, e as relações entre a união dos únicos povos unidos (United) completamente importantes para o atual sucesso do planeta em questão. Voltando à rádio, depois de assuntos também interessantes, resolveram perguntar a alguns ingleses o que eles pensariam que os americans pensam, ou sentem pelos friends do lado de cá do oceano. Um entrevistado me fez muito feliz, ele disse: os americans? eles pensam que a Inglaterra fica perto de Londres, o mundo pra eles, termina nas fronteiras. Me bateu o sino da curiosidade, e fiz uma pesquisa relâmpago (confiavelmente generalizadora) com os ingleses que estavam por perto, perguntei: rapidinho, qual e a capital do Brasil? os três, orgulhosos da cultura transbordante gritaram, Rriou de Djanerrou! Pimenta no nosso olho, arde muito mais do que no dos outros, dizem.

SOS

Fui fazer uma consulta de rotina com meu médico. Cada pessoa que mora neste país, tem o dever cívico de ser registrado como paciente de um clínico geral (GP, General practitioner). O GP seria uma versão do saud(ável)oso "médico de família", só que agora com a ajuda do SNI, CIA, KGB, e do Google. Me sentei e o cara disse: e então Rogério Nisghtds, Nithchetks.. tudo bem? eu: tudo bem. Ele olhando para uma tela de 22 polegadas: estressado, cirurgia de apêndice, pressão alta, colesterol no limite... continuas tomando 25 cervejas/semana e fumando 39 cigarros/dia? Eu disse: olha, os números estão trocados, eu nunca me me comportei tão bem assim. O Doctor Robert me perguntou tudo de novo, pra atualizar as informações sobre minha vida particular no sistema. Marquei a consulta, porque mandaram uma mensagem para o meu "telefone de bolso"(não consigo chamar um telefone de celular) dizendo que estaria na hora de dar uma revisada na minha situação de sobrevivencia. Saúde é uma coisa que as pessoas tem enquanto ainda tem. Me imaginei atravessando as nuvens, "arrependido de morte" por não ter dado importância à mensagem telefónica da clínica. Resolvi marcar a tal consulta, ajudar os fofoqueiros e confessar todos os meus crimes, todos eles, antes tarde do que sempre nunca. David Cameron, nasceu num Rosebud ( eu entendi assim o filme ) de ouro, Talvez somente por isso more na mesma casa que um homem como Churchill morou. Talvez este mauricinho, consiga destruir o restinho de vida que ainda resta aos ingleses. Muitos deles andam desdentados, conversando sozinhos pelas ruas, falando uma língua analfabetizada, e agora querem diminuir a expectativa de vida dos caras, cortando verbas da saúde pra poder manter um golden status quo. Minha vida já esteve à deriva ou pela boa vontade dos INAMPS(HPS) e do NHS, que são apenas siglas, ou a nossa única mão quente que temos as vezes, quando temos. O ensaboado primeiro-ministro, vai acabar com o placebo dos english. A Rainha que nunca fez nada de útil na vida, achou um parceiro pra destruir o que anônimos altruistas ergueram, com rara inspiração e boa vontade, para com o povo pobre desta ilhota metida a coisa grande ou importante. O casamento do William estava bem bonito, não tava?

Não foi sem tempo

O Underground (metrô) de Londres teve a primeira linha inaugurada pela metade do século XIX. Os caras, mesmo antes da invenção dos semáforos, acharam que seria uma boa ideia, e continuaram sempre investindo pesado na chata obviedade. Hoje são 11 linhas, 270 estações e 402 Kms de buracos que possibilitam algo como 3 milhões de pessoas enterradas, estarem se locomovendo. Ouvi falar que o metrô de Porto Alegre um dia poderá se tornar realidade. Vai começar do início, um passo de cada vez, como o bom senso parece determinar. Já consigo ter uma noção de como a cidade, com menos problemas de trânsito, ficaria excelente pra se morar. Então, umas "questões paranóides" me vem à cabeça: alguém tem ideia de quanto custaria uma passagem do moderníssimo retardatário metrô porto alegrense? seria perto do custo de um táxi? Andar no metrô nasceria como uma forma de transporte inteligente, ou coisa de gente que não tem condições financeiras de manter um autoimóvel? As amadas construtoras já estariam trabalhando no sentido de negociar áreas para construir "maravilhosos" edifícios com anúncios tipo: "sacada com churrasqueira e a 5 minutos da estação do metrô"? Burro sempre fui, agora to me dando conta que sou louco também.

Eufemismos

Se ainda resta alguma dúvida: as coisas que escrevo sobre o povo que habita Londres, são exclusivamente impressões que eu mesminho tenho, das pessoas que conheço ou conheci. Para decidir quem terá que descascar um abacaxi, seria usada uma moeda para o cara ou coroa, ou o infantil: papel, pedra, tesoura (infantil, sendo elegante). Par ou impar, cansei de ensinar, sempre acharam interessante e justo, porém nunca ficou registrado como uma boa opção, parece que eles teriam que pensar, fazer grandes esforços matemáticos. Quando dois ingleses estão conversando, nada pode parecer mais sublime, dado o grau de dificuldade do ato. Eles nunca responderão ao nosso automático, e sempre respondido bom dia, afinal eles estariam podendo trocar ideias importantes sobre football, cricket, ou como pegariam algum sol nas próximas férias. Os espanhois falam espanhol, uns com os outros aos gritos, como se estivessem no país deles, vibrando por algum touro ter sido assassinado em alguma tourada, ou algo parecido. Alemães, italianos e franceses, não são exatamente welcome. A polacada, parece estar feliz, formando uma nova e melhor Polónia dentro da Inglaterra, no país deles a coisa parece que não deu certo, e nem poderia dar. O resto dos ex-russos, como são chamados, trabalham, e trabalham porque (impressao minha, já disse) vale a pena trabalhar, pra ter algo além do ex-dificil básico comer. Dos portugueses, não poderei escrever nada, porque a lei britânica prevê altas penas a quem cometer lúcidos comentários de ordem racista. Agora, ouvir piadas dessa gente, sobre o Brasil, seria querer briga com eu, ou com mim. Conosco seria o ideal however, sou mim mesmo quem ouve sozinho as infâmias.