Sunday, June 17, 2012

Foi bem bom

Tinha eu um metro de idade ou quase, os bondes ainda circulavam pela rua onde minha vó morava. Ela me pedia para ir no armazém do seu Walter, que ficava numa esquina para trazer um litro de leite de garrafa ou algo que eu ainda poderia carregar. Meus olhinhos se dirigiam sempre para a outra esquina, onde ficava o cinema Orpheu. Eu era pequeno, não sabia nem o que cinema significava, apenas achava interessante a cor, design e o cheiro de mofo bom que o prédio exalava. O cinema fechou, ficou assim por muitos anos, até que reabriu com o nome de "Cine Astor" o primeiro cinema de Porto Alegre com som Dolby Stereo, ou o que isso significava. Um dos filmes que assisti no Astor, foi um que passou agora na minha english televisão, por isso a lembrança. Fomos juntos, meus pais e minha nova namorada. O filme de roteiro bem bom e história linda, seria um clássico se a trilha sonora tivesse sido melhor escolhida. Na metade do filme, pintou um cheiro ruim no ar. Minha namorada me deu uma cotovelada e disse: foi tu! eu cochichei: fiz o que? segundos depois, entendi a acusação. Terminado o filme fomos num restaurante diminuir a fome e as curiosidades, eu estava todo feliz com a coisa de poder de novo, misturar uma namorada com meus pais, foi bem legal aquele dia. A historieta daquele filme era sobre duas pessoas que se gostaram, porém sob um feitiço, nunca teriam a possibilidade de viverem os seus gostares na mesma época ou luas, como diziam os sábios índios. 

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