Friday, October 28, 2011

VARIG, Varig, varig

Ao lado do sofá de canto branco, sempre rabiscado com canetas coloridas, era o lugar da árvore de natal. Nos dezembros, como filho mais velho, tinha que catar pedras e tijolos pra calçar a imensa árvore (pinheirinho natural) dentro de um balde de metal. Minha irmã ainda chupava bico, vestia vestidos indecentes que mostravam a bunda gorda coberta por umas calçolas rendadas. Meu irmão, ainda nem pensava em nascer, e lá estava eu responsável pelas raízes natalinas, assim como a de acender as lampadinhas, a pisca-pisca era a mais dificil de fazer funcionar, que saco! Depois do trabalhão todo, meus momentos de recompensa apareciam na televisao. TV era uma coisa enorme com um botão de ligar/volume, dois misteriosos e um grandão para trocar de canais. Tinha o canal 5 e o 12, nunca entendi para que aquele botaozão enorme servia. Natal sem os comerciais da Varig nao seriam verdadeiros natais, a musiquinha (jingle), e as histórinhas dos filminhos me davam a sensação de que o Natal seria um acontecimento muito importante, talvez muito mais do que a expectativa que os sonhados autorama ou bicicleta puderam me causar. Numa briga para manter ou conquistar passageiros, a British Airwais (Varig dos ingleses) e a Virgin (uma nova qualquer) estão deixando meus antigos olhos críticos sem palavras. Os caras estão em pé de guerra! Os comerciais estão querendo pegar no fundo do coração das pessoas, quase conseguindo. Espero que a briga dure até o natal e que façam crianças ingênuas, como eu, acreditarem nas estrelas brasileiras do céu de anil iluminando de norte a sul, mensagens de amor e paz. Papai Noel voando a jato pelo céu...

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