Thursday, July 21, 2011

Pois

Depois de algum tempo, voltei a passar uns dias em Portugal. Agora, posso dizer com alguma propriedade que as coisas que eu ouvia a respeito dos nossos "amigos colonizadores" eram de uma burra e injusta generalização . Anotei umas coisas legais deles:
- Na chegada, fui procurar um banheiro no aeroporto, pra meu azar ele estava sendo limpo. Olhei para dentro e a pessoa aos gritos, e de mau humor disse: Xta fichado, tenx qe atravssaire tud, e ire nu otr lad. Fui no outro banheiro, e não é que estavam limpando também o masculino simultaneamente? Faz sentido.
- Numa lata de azeite li: Consumir de preferência antes do fim de ver o rótulo, e em outra de cerveja, consumir antes de ver o fundo. Achei razoáveis os conselhos.
- Pizza à portuguesa não existe em Lisboa, deve ser um tipo de pizza que algum mal intencionado brasileiro criou e eles não aprovaram a receita. Queijo e azeitonas não combinariam, não concordo.
- Revirei livrarias e cebos pra reaver meu lindo livro não devolvido "O Eu profundo e os outros Eus" Já cansado da longa procura, ouvi: devex achr u livr nu centr culturl brasiler, cá abaix dess ruu. Respondi: Os brasileiros roubaram o Fernando Pessoa de vocês?
- Paguei 25 euros de táxi pra me levarem do aeroporto até o hotel, e 11,10 euros pra me levarem do hotel de volta ao aeroporto. Lógica concatenada, tinha esquecido da matéria estudada, faz muitos anos.
- Fui tentar tirar algum dinheiro num caixa eletrônico, e de bobo escolhi minha língua mãe para a operação. Consegui, por pura adivinhação, tirar uns pilas. Depois minha conta corrente foi devidamente bloqueada, eu não entendia que "levantamento" seria a quantia que o cristo queria sacar. Bem feito pra mim.
- Lisboa esta precisando de água, lixas e tintas. Pimenta nas bocas dos lisboetas, não seria má ideia também.
Os caras são europeus, sempre lutaram por comida, ou matar os vizinhos pra conquistar uns pedaços a mais de terra. Completamente compreensível o instinto de sobrevivência (estou sendo politicamente correto, não estou?) Eu sinto um pouco de vergonha de achar as coisas meio estranhas na Europa. Eu lia uns livros de história, lá na minha distante infância, sobre povos antigos, ou primitivos que agora, tenho a oportunidade de tentar conversar. Apesar dos meus problemas de comunicação, sei que sou um cara de muita sorte.

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