Tuesday, April 26, 2011

Os churrascos dos caras

Lembro com muitas saudades dos "churras" de última hora. Se batia o pânico do nada pra fazer de útil, era só ligar pra um amigo, que estaria sofrendo do mesmo mal. Um ligava pros outros, e o outro um, já pegava o carro pra passar num supermercado. O local do evento, as vezes mudava conforme a cara do tempo. Com chuva, ou muito frio, tinha que ser numa garagem ou varanda. A produção era sempre rápida, e resolvia o tédio de todos eficientemente. Lá pelas tantas, cada um dava uns dinheiros pro um que tinha ido no "super", e tava tudo acertado. Meu primeiro e último churrasco em Londres, foi uma decepção faraônica. Num dia de verão com sol(detalhe importante), fui convidado para um english barbecue, numa casa com um jardim bem bonito. Chegando, me deparei com o dono da casa de avental branco e usando luvas. A churrasqueira era elétrica, cheia de hamburguers, linguiças que eu não posso nem olhar, e poucos pedaços de uma assassinada galinha numa grelha. Não tinha caipirinha, os homens não queriam resolver os problemas dos relacionamentos amorosos dos amigos, desarmamento nuclear, escândalos políticos, preço da gasolina, ou como estaria "bem conservada" a vizinha de alguém. O papo era o baixo consumo de energia elétrica da churrasqueira. As mulheres falando de trabalho, tomando vinho rosé meio quente, e nem música de consultório dentário tinha. Meu lugar preferido no barbecue inglês, ficou sendo perto de um muro, olhando para o céu. Tentando fazer com que aquele barbecue, dentro da minha cabeça, se transformasse mágicamente num simples, e sempre tao divertido churras, obviamente não consegui.

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