Saturday, March 17, 2012

Um dia

Gostaria muito de ter a chance de passar uns dias numa vila inglesa, daquelas de apenas nove ruas. Falaria o necessário e ouviria o que pudesse. Meus lençois seriam muito floriados e o café da manhã teria bacon, ovos fritos, um tomate queimado, duas fatias de pão molenga para serem regados ao molho de feijões brancos enlatados. Depois do copo de café solúvel que levaria, estaria mais do que na hora de conhecer a vila. Umas casas iguais com diferentes números, a igrejinha que eu entraria de costas para poder sair correndo sem perder nada de velocidade e o pub. No pub pediria a primeira cerveja, os de barba e os de bigode com chapéus ficariam me cuidando. Na segunda cerveja um deles me perguntaria: vens de onde? Londres é uma cidade grande, nasceste onde? Eu: Brasil. O chapeludo: Sim! Pelé, carnaval, favelas. Um de barba me salvaria do papo furado dizendo: deixa esse aí dizer bobagens sozinho. Este vilarejo ainda existe porque uma nazi-bomba explodiu a duzentos metros daqui. Prazer em te conhecer Rogério. Qual é teu sobrenome? Sairia correndo para a igreja mesmo sem ter feito amizade com o pastor. Deus tem que proteger a todos, não importando se acreditamos nele ou não, a coisa estaria feia para o meu lado.

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