Eu tinha eu
Pra quem se tornou analfabeto, depois de apenas 20 horas de viagem, ate que me sai bem. Caminhava muito, olhava tudo com muita vontade de saber o que era, e não sabia como, pra quem perguntar, ou onde seria a biblioteca brasileira mais próxima. Num daqueles primeiros dias, passei por uma banca de frutas, vi ameixas vermelhas, que eu adoro, e comprei umas. Sentei num dos bancos que pareciam com os dos "bondes da Carris", e comecei a apreciar meu lanche. Olhava pra água marrom do Tâmisa, querendo enxergar o "verde límpido" das águas do rio, lagoa, estuário, lago Guaiba, via quase nada de semelhante. Eram meus olhos cheios de saudades, e minha vidinha, que estava pra recomeçar. Cheguei ate a procurar alguns "pires voadores no céu", mas tinha nada com o exílio político do autor da frase pirada. Eu mesmo tinha decidido vir, teria que descascar o abacaxi, e sozinho.
1 Comments:
É Rogério,
este texto em especial me chamou a atenção nesta madrugada ventosa aqui de Viamão, são umas 3h50 e fiquei pensando em quantas vezes temos que descascar algum abacaxi sozinhos... a vida não é fácil e sozinho, menos ainda. Mas na amplitude do próprio ser humano, quem tem garra, inteligência e paz na alma, nunca está só, mesmo que esteja aparentemente só, porque tem a clareza da escolha, como tu teve. Podes escolher como descascar o abacaxi, quando e de que forma! Parabéns pelo blog, estou lendo aos poucos, pois meus olhos não permitem uma overdose de Londrices neste horário! Beijos.
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